In, mas, certa

Me jogo
Me troco
Te troco
E jogo fora
Umas cem vezes.

Assim,
Sem saber
O porquê.
E as vezes,
Até
Sem querer te trocar

Mas, na vida
É preciso
Saltar fora
Na hora errada.
Pra na hora certa
Voltar pulando e dizendo:
É agora.

Secou

Quanta dor que passa, marcando só quem deixa, ficando só, lá.. onde deve ficar.
Longe.
Quanta vida que voa, momentos que ficam, cores que via e já não lembro de todas.
Só de algumas.
E das luzes.
Do desenho nas nuvens.
Risadas altas.
E das belezas que marcam.
O resto passa.
Vai embora.
E voltam sem esperar
Quando não quero
Então não deixo entrar
E fico com o novo
Com o atual.
Esperando o presente e o futuro
Do passado
Que se bem não me engano,
Já passou.
E o que ficou
Agora é claro
Mais simples
Mais raro
Melhor
E não em vão.
Não ilusão.
E de tantas aventuras
Pra que tanto desperdiçar?
Eu, em?
Nem pensar.

Aviventura

O sol brilhou forte numa terça ou sabado qualquer, podia até ser quinta, mas parecia um domingo. E podeira vir o nublado, a chuva, o preto e branco ou tudo cinza.. Mas, era só fechar os olhos e lembrar da luz forte que queimou, queimou muito, queimou mais e deixou marca de felicidade. Ser feliz não é sorte, não é solução, não é encontro... é ser tudo aquilo que quis ser. Ver aquilo que queria ver. Sentir aquilo que transcende o viver. Ser feliz é ser você alimentado com a força de viver cada vez melhor, cada vez além.

Quando muito

Qualquer dor
Sem razão
Qualquer grito
Sem direção

Dói mais
E não sara
Não cura
E não se cala

Qualquer sexo
Sem ambição
Não tem mais vez
Nem mais tesão

Mas também,
Dizer jamais,
Aí
Já é demais.

faça, atriz.

Entre o sono
E um sonho bom
Um pesadelo:
Não achava o dom

Um espelho
Em minha direção
Não havia reflexo
Uma fala sem som.

Mil facetas
E personagens
Caretas
E miragens

Então, horas mais
Despertei
Bom dia, mundo
Eu voltei.

Crise inerêncial

Um livro inteiro
Dois em meio
Vinte não escritos
Quase grito

Medo do que?
Se não da pra fugir
Da tortura final
Quando acabar

Não necessário terminar
Comece
Sem querer saber
Do aplaudir
Recriminar
Ou se apagar.

Muitas taças
Duas doses
Quarenta e dois tragos
Dois filmes
E enfim vou dormir.

Egos Solitários

Muitas vezes surgem como pedaços de lembranças não curadas, algumas cheias de magoas e outras cheias de amor. Nao são mais o que eram. Não é mais o que era. Não somos mais o que fomos. Somos sós novamente. E sofre, você - chora, me implora.

Sabe bem que é assim,
e, só assim - eu volto.

nossa última traição.

Os dois traidores. ''não somos culpados, somos amigos - cúmplices.'' - até parece. Eu ria. Dele...
De tão lindo e apaixonado - me fazendo poesia - que mulher sentindo desamor, não trairia?
Então, vem logo, que o meu não falou coisas bonitas essa semana - ''a minha também não.''
Aí, ele vem.

E chega - me basta o hoje;
só esqueça e nunca mais.

Eu amo o meu.

Ela, lela, alí... aí.

Entra em suas coxas e da um grito...
Não sei se fico.
Grita.
Fecha-se em paredes brancas rabiscadas por uma menina
Que as vezes é mulher demais e quer pintar tudo em vermelho
ou em preto.
Não sei se volto...
Mas, cinza nunca.
Luzes neon em movimentos hipnóticos
Músicas que lembram o cheiro
E novas músicas para aprender a esquecer.
Confusões, conflitos, mistérios...

Arranho.
Grita de novo,
E não desiste.

Porque acha melhor me aceitar assim
Do que me perder e fim.

Rua.

Copos e encontros em sorrisos que desmontam minhas noites solitárias.

Corpos desmoronam - saudade; meu amado e desamado novamente chora, ''volta''.
Amor torturado que hora mais vai acabar.

Nádegas

chora - sozinho, sente falta é da minha bunda

e talvez do meu cérebro.

Seio e cheiro

Meio cheia de tiques
Sem nada de taques
Sorriu.
Uma semana sem ataques.

Depois de tanto choro
Esperneio e confronto
E conflito..
Repito:
Sorriu.

Peguei caminho errado
Pra descobrir como num encanto
Que sou encantada
Nessa cantada, enquanto me toca
Vem cantar, me canta.
Viu?

Melhor que chocolate.

Deixe só ou deixa mais.
Deixa, mas, ir além.. Ou deixa.
Porque alias,
Parecia lilás, mas era azul com verde,
E não só idéias, eram ideais.

Toda a toa.
Sussurrando leve.. ar, e vagando na cama
Depois de tanto tempo,
Ainda assustada,
Dormiu.

Fuja de mim.

talvez dando o rabo você seja mais feliz.

Ciclo

Pulsa

Sozinha,
Bate.. bate.. bate.. e vejo
você: acelera.
Bate, bate, bate, bate, bate.
Forte. Quase,
salta.. fora.
E quando se vai,
volta.
Bate.. bate.. bate..
E só
bate.. bate.. bate.

Reflexo

depois de tanto se encontrar, buscando todas as formas para conquistar - e se enganar - assumiu para ela: só sei muito amar um só - pelo menos, um de cada vez. conversei entre cigarros, chegando a uma só conclusão: algumas taças de vinho, um espelho e eu; ele é lindo e me faz rir, me perdoa e pede colo - beijo -  mas dessa vez, acho que não volto.

se engana, boba. aceita e ponto: uma hora você acaba de vez.

Vício

Fumo de um gozo de faz de conta. Apago como me acendo a cada trago, quando se puxa. Forte. E me perco como a fumaça que vai se desborrando no ar, que o respiro assim, mesmo apagado, sabendo que ainda está la.

poço dos desejos

nos desgastamos tanto; assumir que erramos, apostamos no incerto e deu errado - não parece ser uma opção. é como aquele amor de verão: sofremos quando acaba, mas quando tentamos torna-lo realidade: não da certo - ponto. desistimos. aí, não se consegue desistir e voltamos. tentamos preencher nossos vazios. sonhando e sofrendo, amando sem limites.

percebi que sou melhor quando sonhadora - ele ama assim. 
eu também.